Não foi ninguém que me disse, nem eu me lembro de ter lido antes em lugar nenhum. Fui direto à página do Tribunal Superior Eleitoral para checar in loco o número de votos do senhor Paulo Maluf na campanha de deputado federal, pelo PP, em 2006. Está lá, no site do TSE: 739.827 eleitores de São Paulo saíram de casa para votar em Paulo Maluf. Eu sou um ignorante da política, então me expliquem, por favor, quem são essas pessoas. O que são essas pessoas. Que tipo de perversão de caráter leva alguém a votar em um político cuja face se tornou a logomarca das piores e mais desconstrutivas práticas públicas da história do Brasil. A figura de Paulo Maluf estampada no site da Interpol, procurado como bandido internacional, é a coroação de uma carreira iniciada à sombra das botas da ditadura militar, com a ajuda das quais andou sobre cadáveres de gente morta sob tortura, enterrada como indigente no cemitério de Perus.
Ainda assim, Maluf, sinônimo do devaneio absoluto da corrupção nativa, anda frequentando programas de entrevista na tevê e no rádio. Tem sido convidado para falar sobre uma lei bolada por ele, o fugitivo internacional acusado de manter contas (hoje bloqueadas) milionárias na Suíça e em Jersey, pequeno e tenebroso paraíso fiscal inglês, uma ilha pedregosa no meio do Canal da Mancha. A Lei Maluf é uma pérola legislativa cujo objetivo é intimidar os agentes do Ministério Público e colocar sob ferros os institutos da ação popular, ação civil pública e de improbidade. A esse movimento, Maluf, símbolo às avessas da República brasileira, chama de defesa da democracia e do Estado de direito.
Abre parênteses: a única coisa que me preocupa em relação ao Estado de direito no Brasil é o naipe de quem o defende. Fecha parênteses.
O projeto de Maluf responsabiliza pessoalmente, com pagamento de indenização, o promotor ou procurador “que agir de forma política ou de má-fé”. Uma ação canhestra montada para submeter o Ministério Público aos humores de certos e reconhecidos juízes que, caso aprovada, será um tiro fatal na independência conquistada pela instituição com a Constituição de 1988. Trata-se, sem rodeio algum, de um escárnio, principalmente vindo de quem vem.
Maluf é processado pelo Ministério Público por denúncia de corrupção. Foi um promotor de Nova York, Robert Morgenthau, que o incluiu na lista de “WANTED” da Interpol. Morgenthau acusa Maluf de ter participado de esquema de superfaturamento e propina quando prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996. Por essa razão, o nobre deputado pode, simplesmente, ser preso em 188 países se deixar o Brasil.
E essa figura aí está a ser convidada alegremente por âncoras de jornalismo a “discutir” um projeto de lei, bolado em causa própria, que coloca uma mordaça naqueles que o investigam. Conta, com isso, com o beneplácito de outros deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, aqueles que aprovaram o relatório favorável de Francisco Tenório (PMN-AL). Para tal, Tenório contou com a ajuda direta de ninguém menos que Augusto Farias (PTB-AL), irmão do falecido Paulo César Farias, o PC, que, mesmo no além, dispensa apresentações.
O projeto de Maluf passou na CCJ, em 2008, por 30 votos contra 10. O que querem esses 30 deputados? Por que razão uma maioria parlamentar se forma para apoiar um projeto de lei (de lei!) de Paulo Maluf? Quando o Parlamento se alia a um político como Maluf, é de se arrepiar a nação. Corramos todos. Esses 30 (ver aqui espelho da votação da CCJ em matéria do site JusBrasil) se somaram aos interesses daqueles outros 739.827 brasileiros que, solidários na mesma patologia, elegeram Paulo Maluf para a Câmara dos Deputados. De um colegiado de 40 parlamentares, 30 se alinharam com Maluf. Entre eles, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo Lula na Câmara. Não é estranho? Também achei. Por isso, liguei para o deputado Vaccarezza.
O parlamentar petista não se arrepende de ter votado a favor do projeto de lei de Paulo Maluf porque, segundo ele, foi um voto a favor do conteúdo, não do proponente. Vaccarezza acredita que o projeto de Maluf vai proteger o Ministério Público. Isso mesmo: proteger o Ministério Público. Esse mesmo Ministério Público que está reagindo em massa, com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, à frente, contra o que reputa ser uma malandragem malufista. Vaccarezza, no entanto, não vai mais se arriscar nesse alinhamento. Garante não estar arrependido de ter votado no projeto-focinheira de Maluf, mas, no plenário, avisa, irá apelar para a abstenção. Vê coerência nessa postura e segue, para tal, uma lógica toda pessoal.
Cândido Vaccarezza informa que, como líder do governo, irá “liberar a base” para votar como quiser, embora ele mesmo reconheça que a “tendência do PT” é a de ser contra o projeto. Ele acredita, contudo, que o cargo que ocupa o desobriga de cumprir a cartilha partidária. A abstenção, portanto, teria se imposto pelas circunstâncias em detrimento de sua posição anterior, favorável à importância do conteúdo da Lei Maluf, apesar do proponente. “Um voto meu, a favor ou contra, poderá indicar que esta é a posição do governo”. Sei.
O fato é que essa proposta, imoral no objetivo e amoral na autoria, está pronta para ser votada em plenário. É dever cívico da nação exigir que o Parlamento a relegue ao lixo da História, para onde, aliás, também deveria ser relegado o caráter de quem a propõe ou, em última análise, a defende.
07/04/2010 at 18:29
Leandro quando você cita 739.827 eleitores que votaram no corrupto do Maluf, gostaria de acreditar que é exclusividade dos paulistas, mas infeizmente não é, aqui na pátria guasca a gauchada a mais “politizado” do Brasil continuan elegendo governos incompetentes e corruptos (Yeda), e o pior de tudo que todas as denúncias contra esse governo não vieram da oposição e sim de aliados carnais da Yeda PSDB, inclusive de seu vice Paulo Feijó DEM. Gostaria que você desse uma espiada na peleia que está acontecendo entre a polícia civil e o ministério público estadual sobre à morte do ex secretário do Fogaça Eliseu Santos, é surreal. O que me desanima é que a gauderiada “farroupilha” (os missioneiros e lanceiros negros que o digam) vai continuar elegendo ex- funcionários da RBS ou indicado por ela, com ajuda de outras mídias nativas nanicas aqui do garraõ da Pátria. Como dizia o Kalil Gibran: abanem, abanem idiotas a chama que os consomem!!!
08/04/2010 at 19:03
Como gaúcho, petista, constrangido, concordo plenamente com o Paulo. E ainda tem o cândido Cândido…
09/04/2010 at 17:58
Claudio,
Não me queira mal, mas não posso acreditar no que vc falou.
Petista constrangido????
Será que existe isso?
09/04/2010 at 21:40
Bom pelo menos a interpol sabe quem ele é de verdade…
07/04/2010 at 21:14
Caro Leandro.
Alguns desses 739.827 eu conheço. Estão nas diversas camadas sociais. Desde empresários, mesmo falidos, até pessoas de ocupações mais simples. Não dá prá entender? Ou existe um motivo? Por mínimo que seja o nível de informação de parte da população urbana de São Paulo, dispôem ao menos de uma televisão, um rádio e um noticiário diário. Aí tambem entra uma parte dos motivos desses eleitores.
Prá onde pende a grande mídia? Prá políticos honestos? Claro que não! A grande mídia defende seus interesses empresarias / corporativos através desses políticos.
Você já teve o desprazer de ouvir um programa na rádio bandeirantes, de todas as manhãs, conduzido por José Paulo de Andrade e Salomão Esper? Não? Sorte sua. Esses apresentadores de uma das maiores redes de radio e tv do país quando estrevistam o tal “político” têm orgasmo midiático. Com toda subserviência o tratam com respeito e alegria como “Doutor Paulo” e daí prá frente é aquela bajulação. Com perguntas claramente combinadas com antecedência. Causa náuseas!
Aqueles que se informam somente com programas desse naipe, e depois votam no Maluf, devem ostentar em seus crânios um garboso neurônio solitário.
E aí? Aí uma pessoa como eu, que nasci em São Paulo há 60 anos, aqui me criei, aqui vivo, gosto da minha terra, e… tenho vergonha de quase 1 milhão de conterrâneos.
Quando isso vai mudar? Será que muda? Espero estar vivo prá ver.
Parabens pelo seu trabalho, continue firme e Fortes!
Te acompanho neste blog e na Carta Capital.
07/04/2010 at 21:15
Muitos dos 739.827 eleitores de São Paulo que votaram no Paulo Maluf são eleitores do fascista e ditador José Serra hoje. O malufismo hoje pode ser chamado de tucanismo, a maioria deles continuam usufluindo da máquina pública do estado de São Paulo e dos diversos municípios paulistas, todos eles orientados a votar no José Serra e no Geraldo Alckimin.
Quanto ao líder do governo, o senhor Cândido Vacarezza, muitos dos petistas que viveram o auge do malufismo, que foram humilhados, perseguidos ou passaram raiva por conta dos roubos malufistas e nada podiam fazer diante da esperteza jurídica de Maluf, tem a obrigação moral de cobrar uma retratação pública do filiado Cândido Vacarezza. Pois é um absurdo que, uma pessoa como Vacarezza, que conhece o dano que o malufismo causou ao erário público, tenha dado corda a um projeto de lei que defende o movimento malufista.
E movimento malufista é desvio de dinheiro público para os bolsos privados da família Maluf e seus sócios.
07/04/2010 at 22:08
Concordo com a indignação manifestada pelo Leandro.
Não chego a desqualificar os eleitores do Maluf, como visto acima. Muito menos considerar que boa parte deles seja
de eleitores do “facista e ditador José Serra”.
Sim… Alguem escreveu isso…
Tá lá, no comentario do Luis, que carrega a prudencia no sobrenome…
Mas enfim, realmente chega a ser um desaforo do Maluf apresentar um projeto desse. E preocupa ver que já passou pela CCJ com boa margem de votos, ressalvadas as honrosas dissensões dos parlamentares de diversos partidos.
E aqui um parentesis para uma curiosidade: entre os que votaram cointra o PL estão os “desencantados” José Eduardo – PT/SP e Roberto Magalhães – DEM/PE…
De fato, é pra desencantar mesmo…
Dito isso, aproveito pra propor um exame:
De onde surgiu Maluf? De que se alimenta? A quem e a quê serve? Como sobrevive?
Essas perguntas E e as possiveis respostas…) me deixam ainda mais preocupado.
Porque o Maluf é apenas uma “griffe” um grande e lustroso simbolo de um estilo, uma maneira de fazer politica. De agir, exercer o Poder.
Maluf não é um…
São dezenas, centenas, milhares talvez… espalhados por todos os cantos deste paraiso tropical, sempre prontos a “levar vantagem”.
E me entristece muito ver que o atual governo nada fez pra combater “os Malufes” da politica brasileira.
Pelo contrario, protegeu-os e os protege sempre que ali buscam abrigo.
Roberto Jefferson (Antes de devolver o cheque em branco…) Severino Cavalcanti, Renam, o “imexivel” Jucá – Proximo lider do Governo no Senado ( de qualquer Governo!!!!)e coroando tudo o Sarney, “o incomum”.
Leandro, vc é jornalista, vc sabe do que vou dizer:
Guardadas as proporções entre os Estados, Quem é esse tal Maluf perto da Potencia do Sarney??? Um mero aprendiz de feiticeiro…
Pois é, amigo… Estão lá… Estão todos lá!
(Até o Collor voltou!!! Acredite. Elle voltou!!!!).
Para quem passou boa parte da vida discursando contra “tudo isso que está aí” é inexplicabvel, pra dizer o minimo.
Melhor mesmo nem explicar….
PS- Hoje foram presos alguns aloprados e ex-aloprados. Alguns são tesoureiros de partidos. Presos por Fazer o mesmo de sempre…
O que “todos fazem…”
08/04/2010 at 11:19
Claro, o ERL só poderia ser malufista. Não poderia ser diferente.
Transferiu a tragédia de um produto desgastado (Maluf) para um careca, mas ainda em condições de uso (Serra).
“Desaforo” é o Maluf estar por aí, leve e solto, e não a lei Maluf. O PL dele é, na verdade, um risco real ao País, assim como o sucessor Serra. Não é mais questão de rir de um palhaço no Congresso (mais um, fazer o que).
Sei que você, que repete os slogans “rouba mas faz” e “não rouba, mas deixa roubar” entende o que escrevo.
O Vaccarezza tem que ser severamente reprovado nessa, se o Governo atual pretende terminar com o combate à corrupção como bandeira. Mas o Lula pode, ao menos, afirmar que vai morrer sem dever favor ao Maluf. Já um certo príncipe e um certo pneu careca…
08/04/2010 at 14:12
Prezado Christian,
É obvio que sua afirmação de que sou malufista não procede.
Todos que se derem ao trabalho de ler com atenção e sem paixão ou fanatismo meu comentário verão isso.
Me abalei a respondê-lo não pelo “malufista” mas pelo “fulanista” ou “beltranista” nele embutido.
Explico ( ou tento…):
As pessoas que aderem a outras desta forma, com essa intensidade, a ponto de se ligar ao idolo por um sufixo, me causam uma certa perplexide e compaixão.
Não, não é orgulho, presunção… Mas não me imagino sendo um “fulanista”.
Sei que muitos batem no peito e declaram em alto e bom som sua adoração pelo “painho” do momento, pelo “idolo”, pelo “guru”.
Não entro nessa.
Não sou Lulista, Serrista, Dilmista nem Dunguista
Admiro diversas pessoas, inclusive no mundo da politica. Respeito-as, sigo muitas coisas que cada uma delas também segue.
Mas isso não me leva – e pretendo terminar meus dias sem ser levado – a coloca-los num ponto tal em que não me permita divergir, criticar, apontar erros e contradições.
Infelizmente – e aqui a razão da pena que sinto – vejo os “fulanistas” e “beltranistas” impedidos de contrariar minimamente que seja o seu “dom Sebastião”, aquele que veio para nos redimir, o que vai nos guiar pelos campos escuros, o que vai derrotar definitivamente todos os inimigos…
Passei da idade, amigo, de acreditar em “salvadores da patria”.
Não preciso ( nem quero…) fazer malabarismos diários pra defender “meu idolo”!
Sei que não deve ser fácil ( há que ter compensações, imagino…) engulir e digerir certas figuras, certas posturas. Transformar erro em acerto, negligencia em azar, malandragen em esperteza…
Por isso penso às vezes que sou até mesmo um tanto egoista. Penso no meu conforto, no meu bem estar. Não me imagino gastando meu latim para mostrar que “meu painho” não faz o que faz, especialmente aquilo que, agora todos sabemos, todos fazem!
É obvio, amigo, que o Serra fez e faz suas trelas financeiras!!!!
Afinal, como pagará sua campanha eleitoral?
Com as economias do porquinho?
Quando alguem diz isso do Serra, da Marina, da Dilma ou de qualquer outro não fico espumando e destratando a “midia-golpista” como se o mensageiro fosse culpado pela má noticia!
Todos fazem, amigo…
Todos fazem!
E vc sabe muito bem quem disse essa curta e já celebre frase….
09/04/2010 at 11:25
ERL tá descompensado.
Não acredita em ninguém.
Nem nos heróis.
Se for verdade, tá começando a melhorar!
09/04/2010 at 18:14
Eu que sou lulista e dilmista não criei na minha cabeça a figura do salvador da pátria e sei que nem, o Lula e nem a Dilma se propuseram a este papel, de serem eles mesmos salvadores da pátria.
Talvez o senhor Rego tenha criado essa ilusão na sua vida, da existência desses salvadores da pátria (salvadores como Tancredo Neves? Collor de Melo? FHC?)e tenha se frustrado com estes seus salvadores.
Eu por minha vez (e não acreditando que nem Lula e nem Dilma são salvadores da pátria) critico algumas ações do Governo Lula, Governo que eu ajudei a eleger e que apoio. Acho que o Governo Lula investiu pouco na Reforma Agrária, além de manter como ministros pessoas que nunca fizeram nada pelos movimentos sociais organizados (como o Hélio Costa, o farsante Nelson Jobim, o reacionário e ruralista Reinhold Stephanes, o tucano e banqueiro Henrique Meirelles e outros).
Talvez o senhor Rego já tenha tido alguns painhos na sua vida, por isto esta incredulidade atual. Será que o painho foi o ACM? Quem acredita em painho ACM, acredita em FHC, acredita em Serra e dessa forma será sempre uma pessoa incrédula com a política, mas que sempre vai depender da política, pois somos todos atores políticos (com mais ou menos influências).
Eu na minha prudência digo que muitos malufistas hoje se tornaram adeptos da política neoliberal do PSDB. Prudentemente digo que malufismo é sinônimo de roubo e malversação do erário público, tal qual o que o PSDB e o seu neoliberalismo praticaram na “jestão” FHC e vem praticando no estado de São Paulo há muito tempo. O PSDB está praticando o malufismo.
Dessa forma muitos malufistas embarcaram nessa canoa do PSDB.
E digo com muita PRUDÊNCIA!
08/04/2010 at 11:22
Com a declinada cada vez maior de muitos parlamentares e líderes petistas para a direita, apoiando ou sendo indiferente a atos criminosos como este, não estranha o comportamento do vacarezza. Se essa vaca fosse para o brejo (que o povo votante esteja atento!), seria bem melhor. E a direção do partido, outrora tão propalador da moralidade, onde está? O que diz a respeito?
Quanto ao mega-ladrão maluf, por que não foi preso, mais uma vez, por aqui mesmo ?
08/04/2010 at 12:00
Um politico desse ter mais de 700 mil votos é um absurdo, mas considero muito pior o voto desse tal Candido Vacarezza(que deve ser do mesmo naipe do Maluf)nesse projeto de lei. O PT deveria puni-lo exemplarmente, ou parecerá que são todos iguais.
08/04/2010 at 14:25
Roberto,
O voto do Vacarezza não é o problema, mas apenas o sintoma da “doença”…
Veja o texto que segue, extraido do Estadão on-line:
“Na reunião do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), com os líderes partidários ficou definido que a proposta será remetida hoje para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá o prazo até o dia 29 de abril para analisar o projeto.
Se esse prazo não for cumprido, o PMDB e o PT se comprometeram a dar o número necessário de assinaturas para que o projeto siga em regime de urgência para votação no plenário. Até agora, o DEM, o PSDB, o PPS, o PHS, o PSOL e o PV assinaram o pedido para a votação imediata do projeto, mas não atingiram os 257 apoios de deputados exigidos para o requerimento, segundo contabilizou o relator da proposta, deputado Índio da Costa (DEM-RJ). O relator contou ainda que, na reunião com Temer, além do PMDB e do PT, que se negaram a dar o apoio para a votação na sessão de hoje, o PTB, o PP e o PR também se recusaram a votar agora.
Sem grande esforço, dá pra observar uma divisão muito nitida ( embora com algumas defecções de lado a lado, é verdade…) Quanto a este PL. De um lado a base aliada do governo fazendo força pra segurar e de outro os partidos de oposição tentando empurrar…
Vacarezza, coitado… é apenas mais um ( sei, sei… ele é o Lider, mas sabe como é, né…?)
PS- Não tome o “coitado” aí em cima como uma absolvição do deputado, por favor….
08/04/2010 at 14:28
desculpe,
apenas para esclarecer:
A transcrição do Estadão on-line termina depois de “…se recusaram a votar agora.”
Os paragrafos seguintes já são considerações feitas por mim.
08/04/2010 at 12:44
O que é mais trágico: o Maluf ter mais de 700 mil votos em São Paulo ou um deputado do PT votar a favor de uma lei dessas? Difícil saber. Fácil saber, porém, é que uma figura execrável como Paulo Maluf pode facilmente ser substituída por outros governantes que estão aí. Comparando os resultados não me parece que o governo José Serra seja melhor que o Maluf… e ele quer ser presidente também.
08/04/2010 at 15:14
Parabéns pelo texto, Leandro.
Brilhante e certeiro, como sempre.
Uma pergunta: o que nós, pobres mortais, podemos fazer de objetivo para que tal projeto, nefasto ao Brasil e às suas instituições, não seja aprovado?
08/04/2010 at 18:42
Grande Leandro
Democracia é isso, mano.
Que tal um cartaz:
PROCURADOS
739.827 eleitores de São Paulo que votaram em Maluf
Paga-se recompensa.
Abss
http://mamcasz.wordpress.com
08/04/2010 at 20:26
Mestre Mamcasz, saudade de ti!
Forte abraço.
08/04/2010 at 18:45
Post do escrito:
Será que o Maluf transfere esses votos todos para a aliada (dele) Dilma?
08/04/2010 at 21:52
São Paulo é uma cidade incrível como é que um cidadão como Maluf com uma ficha suja como pau de galinheiro ainda consegue tirar quase um milhão do votos.
Mordaça pra quem precisa de mordaça…
09/04/2010 at 07:50
Triste saber que não é apenas em S. Paulo que sujeitos como esse são eleitos. Claro que sem o “chiquê” de ser procurado pela Interpol.
09/04/2010 at 08:08
Não sou jurista mas sei que um promotor mal intencionado está sujeito a ser enquadrado por “litigãncia de má fé”. Sei que “na prática a teoria é outra”. Mas o comteúdo dessa lei maluf é redundante. E a expressão “lei maluf” é um oxímoro. Como diria o Zé Simão, é uma piada pronta. Impossível levar a sério. Talvez a gente devesse fazer uma campanha pra substituir a expressão”lei de gérson” por “Lei maluf”. seria um desagravo ao injustiçado e querido”canhotinha de ouro”.
09/04/2010 at 10:49
Prezado Leandro Fortes,
permita-me responder quem e o que são esses 739 mil eleitores da Chuiça que votam nesse crápula:
– São essas mesmas amebas com QI de samambaia de plástico que votam no Aquassab para prefeitura e no Zé da Moóca para governador.
Por que eles votam dessa maneira?
R: Porque eles votam da mesma maneira que compram sabão em pó.
09/04/2010 at 11:43
O nome do autor do projeto de lei é o que menos importa. O que é fundamental é reconhecer que há sim abusos por parte de alguns membros do Ministério Público que na prática constitui o Quarto Poder. Se esse projeto tem falhas elas devem ser discutidas e eliminadas no Congresso, mas os promotores e procuradores não podem ser considerados, assim como os juízes, pessoas acima de qualquer suspeita. São muitos os casos em que esses senhores exorbitam no exercício de suas funções sem que os prejudicados possam ao menos requerer reparação via judicial. Em minha opinião a reforma mais urgente que o país necessita é a reforma do judiciário. A situação do deputado Maluf apenas espelha a urgência dessa reforma.
09/04/2010 at 17:48
O Maluf não pode ser preso. Afinal, ele é o sincretismo do que há de pior na política e o retrato desolador da leniência do Judiciário no Brasil.
09/04/2010 at 18:34
Creio que quem elege Maluf, Sarney ou outros políticos corruptos não deve ser demonizado, para não reinar a hipocrisia. Somos todos iguais, e se Maluf está lá é porque não só a população de SP entende que é conveniente, mas também todo o país tolera esse “naipe” de político. Acredito que o problema da eleição desses corruptos passa pela desvalorização da soberania popular, aliada a uma corrupção presente no nosso cotidiano. Não damos ao voto o devido valor. Trocamos e vendemos o voto como quem vende banana. Sei que várias pessoas humildes vendem seus votos porque precisam comprar algo para comer, mas muitas delas vendem porque já sabem que podem usar como moeda de troca. E isso passa necessariamente pela corrupção que é tolerada na sociedade. É aquela história: faça o que eu digo, mas não faça o que faço. São os subornos nas multas de trânsito, as deslealdades nos estacionamentos, as pequenas fraudes cometidas no trabalho, para sustentar uma promoção ou um aumento, tudo isso justificado por “se todo mundo faz, se o pessoal de Brasília rouba, o que tem de mais eu fazer uma corrupçãozinha pequena”. A consequência disto é a hipocrisia, que reina nos mais variados ambientes, e a necessidade dos famosos dossiês, para fundamentar os próprios erros, apontando-os, os mesmos, nos outros. É um círculo vicioso, que só acaba se mudarmos nossa postura institucional, como eleitores e com a atuação de órgãos fortes, como o MP. É preciso uma conscientização geral do poder do voto, das urnas, e de como podemos mudar a realidade do país ao eleger um candidato. A internet é um belo instrumento para satisfazer esse anseio, através da democratização da informação. Esse pensamento único tem que acabar, e a unanimidade deve morrer. Tomara que possamos ser uma sociedade mais plural daqui pra frente, mesmo que isso nos tome décadas.
09/04/2010 at 19:09
Victor,
Concordo com vc.
E se me permite acrescentar algo ainda a respeito dessa “cultura do jeitinho”, do “deixa pra lá” e do “todos fazem”, digo que o grande deficit do Governo Lula está justamente na luta ( ou na falta de luta…) para mudar esse estado de coisas.
Aquele que se apresentou durante anos e anos como um indignado opositor a “tudo isso que está aí”, chegou ao poder (inclusive com meu voto) e logo logo tornou-se mais um a fazer “o que todos fazem”….
As bolsas, os PACs, e todas as outras obras são importantes. Devem ser reconhecidas e elogiadas.
Mas, sinceramente, acho que uma porção de gente poderia ter feito parecido, um pouco melhor, um pouco pior.
A grande obra do Lula deveria ter sido a mudança de rumo ( digo revoluções profundas, recomeços do zero… nada disso…)na pratica politica nacional.
Mas isso ele ficou nos devendo. Pior… ajudou a aprofundar mais e mais esse “aleijão moral” que a todos nos incomoda. Mostrou ao vivo e a cores nossos piores traços de carater. E parece gostar do que exibiu…
09/04/2010 at 19:11
No penultimo paragrafo faltou um “nem” antes do digo…
09/04/2010 at 19:25
Como paulistano, observador e interessado por política, respondo a pergunta sobre os tipos de pessoas que votam no Maluf:
– Despolitizados
– Indigentes intelectuais
– Maus caráteres
– Pessoas com interesses clientelistas
– Otários de nascença
– Pessoas com raciocínio limitado
– Uma ou mais alternativas acima
09/04/2010 at 19:37
Acertou em cheio!
Só faltou acrescentar que muitos dos atuais tucanos, um dia foram malufistas.
Que muitos tucanos praticam o verbo malufar.
09/04/2010 at 20:27
Um não-paulista não consegue mesmo entender isso. Só um paulista como eu, cercado de paulistas por todos os lados, consegue compreender estas coisas, ou não…
16/04/2010 at 10:33
Parabéns pelo artigo, Fortes. No Brasil a realidade foi falseada a ponto de ainda se admitir figuras obscuras, como essa citada no artigo, no congresso nacional.
23/04/2010 at 14:57
Simplesmente estarrecedor. Em qualquer país minimamente sério Paulo Maluf estaria encarcerado. Mas nós, brasileiros, merecemos tudo isso por conta da nossa vergonhosa e bovina acomodação frente aos escândalos e desmandos promovidos pelos jagunços que ocupam o nosso Parlamento. ‘pissionante…
09/05/2010 at 22:26
Este não merece o meu voto.
25/05/2010 at 20:40
Em vista dos que hj governa o Brasil, Maluf é ladrão de figurinha, é peixe pequeno, café pequeno, amador, vejam os desvios desses últimos sete anos de governo federal, dinheiro p cuba, p venezuela, bolívia, equador, paraguai, chile, giné bissau, cabo verde, haiti e por aí a fora, mensaleiros e mensaleiras, dolares na cueca, na maleta, em caixa de wiskey, correios, valdomiro, Celso Daniel, paczinhos de areia, o vento levou, paczinhos cabeça de bacalhau, todo mundo diz que existe, mas ninguém vê, não sou Malufista, não voto em Maluf, mas olhem o “cara” que estrago está fazendo, façam me um favor, vão catar coquinho
05/09/2012 at 19:57
Esses 730 e tantos mil votos que foram dados a maluf,esses eleitores tal qual esse Vaccareza, são umas Vacas, que me perdoe as Vacas.