O fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo é uma derrota para a sociedade brasileira, não esta que discute alegremente conceitos de liberdade de expressão e acredita nas flores vencendo o canhão, mas outra, excluída da discussão sobre os valores e os defeitos da chamada “grande imprensa”. São os milhões de brasileiros informados por esquemas regionais de imprensa, aí incluídos jornais, rádios, emissoras de TV e sites de muitas das capitais brasileiras, cujo único controle de qualidade nas redações era exercido pela necessidade do diploma e a vigilância nem sempre eficiente, mas necessária, dos sindicatos sobre o cumprimento desse requisito.
Tenho ouvido, há anos, como continuei ouvindo, hoje, quando o STF decidiu por oito votos a um acabar com a obrigatoriedade do diploma, essa lengalenga interminável sobre os riscos que a liberdade de expressão sofria com a restrição legal a candidatos a jornalistas sem formação acadêmica específica. Esse discurso enviesado de paixão patronal, adulado aqui e ali por jornalistas dispostos a se sintonizar com os sempre citados países do Primeiro Mundo que não exigem diploma, gerou uma percepção falaciosa, para dizer o mínimo, de que para ser jornalista basta apenas ter jeito para a coisa, saber escrever, ser comunicativo ou, como citou um desses ministros do STF, “ter olho clínico”. Foi baseado nesse amontoado de bobagens, dentro de uma anti-percepção da realidade do ofício, que se votou contra o diploma no Supremo.
Conheço e respeito alguns (poucos) jornalistas, excelentes jornalistas, que sempre defenderam o fim do diploma, e não porque foram cooptados pelo patronato, mas por se fixarem em bons exemplos e na própria e bem sucedida experiência. São jornalistas de outros tempos, de outras redações, de outra e mais complexa realidade brasileira, mais rica, em vários sentidos, de substância política e social. Não é o que vivemos hoje. Não por acaso, e em tom de deboche calculado, o ministro Gilmar Mendes, que processa jornalistas que o criticam e crê numa imprensa controlada, comparou jornalistas a cozinheiros e costureiros ao declarar seu voto pelo fim da obrigatoriedade do diploma. É uma maneira marota de comemorar o fim da influência dos meios acadêmicos de esquerda, historicamente abrigados nas faculdades de jornalismo, na formação dos repórteres brasileiros.
Sem precisar buscar jornalistas formados, os donos dos meios de comunicação terão uma farta pescaria em mar aberto. Muito da deficiência dessa discussão vem do fato de que ela foi feita sempre pelo olhar da mídia graúda, dos jornalões, dos barões da imprensa e de seus porta-vozes bem remunerados. Eu, que venho de redações pequenas e mal amanhadas da Bahia, fico imaginando como é que essa resolução vai repercutir nas redações dos pequenos jornais do interior do Brasil, estes já contaminados até a medula pelos poderes políticos locais. Arrisco um palpite: serão infestados por jagunços, capangas, cabos eleitorais e familiares.
O fim da obrigatoriedade do diploma vai, também, potencializar um fenômeno que já provoca um estrago razoável na composição das redações dos grandes veículos de comunicação: a proliferação e a expansão desses cursinhos de trainee, fábricas de monstrinhos competitivos e doutrinados para fazer tudo-o-que-seu-mestre-mandar. Ao invés de termos viabilizado a melhoria dos cursos de jornalismo, de termos criado condições para que os grandes jornalistas brasileiros se animassem a dar aulas para os jovens aspirantes a repórteres, chegamos a esse abismo no fundo do qual se comemora uma derrota.
De minha parte, acho uma pena.
17/06/2009 at 22:44
Leandro,
Como será agora?? Como contratarão professores para dar aula de jornalismo? haiuhaiuhaiuah…
19/06/2009 at 19:46
Sobre os professores, a seleção é a mesma (decidida pelo MEC junto às universidades). Vcs falam disso, como se fosse o único caso desse. Pense no curso de administração, matemática e ciência da computação.
São exemplos de curso que ignoram os papéis e olham mais para a capacidade da pessoa.
“Os diplomas são como convites a uma panelinha juvenil. Toda essa discussão revela a insegurança dos jornalistas formados de que o que fazem numa faculdade é realmente importante ou só é uma jornada para a conquista do convite.
Para mudar isso, as faculdades devem fazer realmente a diferença. De forma que o jovem que conquiste o diploma não fique orgulhoso do papel conquistado, mas sim confiante com os conhecimentos e qualificação acumuldada.”
Sobre o post, ele parece defender o que todos (em suas respectivas áreas) defendem. Ou seja, elitizar a sua área (com papéis que sabemos que pouco significado tem). É muito fácil encontrar pessoas com mais qualificação sem diploma… Mas o texto defende a mesma coisa que os historiadores, geógrafos ou qualquer outra área defenderia. Se duas pessoas, uma tem diploma de historiador e outro não, o segundo não tem direito de escrever nada sobre história (porque não tem o papel chamado de diploma) e o segundo pode escrever qualquer besteira em periódicos (principalmente se tiver outros papéis como doutorado e mestrado (que podem ser conseguidos por dinheiro atualmente)).
O que o texto mostra é insegurança por parte dos jornalistas formados. Note que isso acontece em todas as formações de humanas. Pois raramente o curso realmente diferencia um estudioso do que realmente fez o curso. O diploma dos cursos de humanas parece ser como um convite para uma panelinha juvenil. Se vc tem o diploma, vc faz parte da panelinha “intelectual” e tem as idéias ouvidas.
Então se alguém quer falar sobre filosofia, ou coisas do tipo. Ele, antes, tem que batalhar para conseguir entrar na panelinha (senão as idéias deles não valem nada). Quando entram na panelinha, qualquer besteira que fale será considerada pela panelinha (pois o que vale não é a argumentação, mas sim os papéis de diploma).
Bom, no caso do jornalismo, percebi pelo texto uma insegurança tremenda por parte dos jornalistas formados (assim como nós historiadores). Se houve essa insegurança, é justamente porque vcs não sabem se o que fazem numa faculdade realmente faz alguma diferença (ou é só uma jornada para conseguir o convite da panelinha).
Se soubessem que faz diferença, estariam tranqüilos quanto ao “decreto”, pois saberiam que raras seriam as pessoas sem o diploma que obteriam “qualificação” para serem inseridas no mercado de trabalho e, por isso, o que estavam fazendo na faculdade era importante…
Mas isso parece que não vêm ao caso. O post do jornalista (provavelmente), indica que realmente se trata de uma situação análoga ao de sociólogos ou historiadores (na verdade, pior ainda).
Sinto que, para dar um tom pejorativo à decisão, o escritor colocou “decidiram que jornalismo não é mais profissão”.
Ora, pois bem! Então quer dizer que tudo que não precisa de uma burocracia universitária, não é profissão? Pois então administrador não é profissão? Lixeiro não é profissão? Motorista não é profissão?
Note que algumas exigências de diplomas para exercerem certa profissão fazem sentido. Como medicina, mas isso veio para proteger quem fosse precisar de cuidados médicos (para que esse não fosse tratado por um que não tivesse algum comprovante de que era capaz de exercer a medicina). Isso é muito diferente do caso do jornalismo. Por acaso precisamos de proteção contra idéias de quem não tem um diploma de jornalista em veículos de comunicação?
Para que a utilidade do diploma? Pra proteger quem?
Acho que qualquer idéia a esse favor está bem próximo de um pensamento nada democrático…
Alguns contra-exemplos. Note que um contra-exemplo é a matemática. Existe o curso, existem os mestrados e doutorados. No entanto, ninguém é proibido de publicar algo ou exercer a profissão.
Quano o assunto é ensino, fica diferente. Pois teoricamente há a proteção dos estudantes contra professores que não tivessem a capacidade comprovada de lecionar.
Mas se provar algum teorema famoso, independentemente se vc for de 10 anos ou pós-doc, vc poderá publicar num periódico.
A matemática, de fato, não é bom no contra-exemplo. Pois ela tbm está sendo contaminada por esse ar de insegurança (como os cursos de humanas).
Mas existem outros exemplos, como administração e computação. Leia um pouco sobre a cultura hacker (não existe diploma que prove nada. Existe capacidade cada um).
Bom, não tenho paciência para escrever sobre isso. eu ía colocar um pequeno comentário aqui e acabei me prolongando, por isso acabei colocando de forma confusa. Mas, de qualquer forma, ficam as perguntas:
Para quê exigir o diploma de jornalista para exercer a profissão?
Para proteger a populção contra idéias? (não-democrático isso, não?)
Ou simplesmente para satisfazer o ego dos jornalistas formados? fazendo-os pensar que só eles são capazes de fazer o que eles fazem?
Ou simplesmente para vcs não se olharem com “vergonha” nos corredores por vossa insegurança?
Vcs acham que quando Abel (com 19 anos) provou com facilidade uma das maiores questões da álgebra (da época) e foi aceito para ser um pesquisador da academia de matemática, os matemáticos com diploma se olhavam com vergonha nos corredores?
Vcs acham que aconteceria isso?
Essa insegurança normalmente ocorre porque os inseguros têm mais papel (diploma) acumulado do que conhecimento (ou até mesmo qualificação) para o que faz.
Um cara de programação (computação) ou um matemático não ficaria assim, pois ele sabe que ele pode estar lá possivelmente por causa dos papéis, mas principalmente pelo conhecimento e qualificação que vieram atrás desse papel.
Um jornalista não formado não oferece risco a ninguém. E é só isso que deve ser levado em conta. Eu sei que existem muitas situações análogas, mas defendo que nessas situações deveria ter o mesmo tipo de medida.
Fora isso, no caso de jornalismo existe uma questão profunda da democracia e liberdade de expressão.
Note que com a exigência de diploma, o governo (seja lá qual for) poderia usar isso como ferramenta “anti-liberdade de expressão”, ferramenta de controle das idéias. Por exemplo, tirando do ar algum jornalista que não agrada o governo alegando falta de diploma.
Bom, conselho: para acabar com essa insegurança, procure praticar na universidade algo que realmente diferencie sensivelmente um formado de um não-formado. Procure fazer com que a conquista do diploma venha com um sensível acúmulo de conhecimento e qualificação.
De tal forma, que,ao completar o curso, o aluno não fique orgulhoso do diploma, mas principalmente orgulhoso dos conhecimentos e qualificações acumulados…
E fique tranqüilo que sempre o diploma será de alguma forma uma referência para o empregador. Isso acontecerá mesmo com a qualidade dos cursos universitários que vem caindo (e se tornando cada vez mais afranciscados e cada vez menos útil). Eu não gosto desse último fato que explicitei, mas é verdade…
Até mais!
17/06/2009 at 23:06
É, uma pena.
Mas o melhor mesmo foi o voto do ministro Gilmar Mendes, o douto presidente do STF: “Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área. O Poder Público não pode restringir, dessa forma, a liberdade profissional no âmbito da culinária. Disso ninguém tem dúvida, o que não afasta a possibilidade do exercício abusivo e antiético dessa profissão, com riscos eventualmente até à saúde e à vida dos consumidores”.
19/06/2009 at 00:02
Lamentável! Retrocesso…
e como já li em outros locais, nivelamento de qualidade e formação educacional para baixo!
17/06/2009 at 23:10
Será que o pessoal que considerou o blog da Petrobras um atentado contra a imprensa vai se manifestar agora…
17/06/2009 at 23:15
Da minha parte, que pena! Principalmente por ser estudante. A faculdade já está indo de mau a pior e essa decisão desanima ainda mais nós – futuros profissionais. Quer dizer então, que a partir de amanhã, qualquer um pode ser jornalista. Onde vamos parar…
19/06/2009 at 00:23
Qualquer um? Creio que não. O mercado está escasso de gente competente, e essa gente tem lugar garantido. Só não podemos nos equivocar e achar que faculdade, ou diploma, garantam competência. São coisas completamente distintas.
Não desanime, continue a estudar e a se instruir, desenvolva suas qualidades e diferenciais, e você terá seu lugar.
17/06/2009 at 23:40
Leandro, é realmente uma pena que um assunto tão complexo, a formação de Jornalistas, seja tratado de maneira tão paliativa, com a extinção do diploma, o que de fato não resolve nada. Hoje, no último ano de faculdade, sinto mesmo uma deficiência do meu curso quanto à formação profissional. Mas como que se quer formar jornalistas na prática, se entrar no mercado hoje é tão difícil, com redações cada vez mais enxutas?
E você é muito feliz em lembrar da imprensa do interior. O diploma é no mínimo um critério que assegura um certo grau de qualidade às informações que chegam à comunidade local. Mas ministro so lê Folha, Estadão, O Globo, não deve nem saber a qualidade dos jornais de interior, puros releasestas do poder público local. Isso sim é falta da liberdade de expressão, com uma imprensa coagida a publicar matérias de interesse da prefeitura, da Câmara, porque caso contrário não recebe verba de publicações de editais.
Já faz um ano, mas ainda é muito recente em minha mente a sua exposição no ano passado, na Bienal, em que defendeu o diploma em frente a dois “dinossauros”, no bom sentido, que eram contra a formação em Jornalismo. E a argumentação do seu livro então, mais brilhante ainda!
Espero para ver o dia do médico-mirim, do advogado-mirim!!! Porque esse desprezo todo só por nossa profissão?!
17/06/2009 at 23:40
lamentável
17/06/2009 at 23:54
Realmente lamentável – a mídia nacional, já se mostra a tempos emporcalhados pelos maus profissionais de comunicação – o que será do futuro jornalístico (?)
Como Gay Telease disse em entrevista a André Petry (Veja) A crise é dos jornais, e não do jornalismo, citando a migração do público leitor do meio impresso para os meios digitais. Caberia muitíssimo bem agora uma correção nesta frase.
18/06/2009 at 00:04
[…] da máxima “focas doutrinados pelo patrão”, esses cursinhos dos jornalões aos quais Leandro Fortes se refere como “fábrica de criar monstrinhos”. O mais estapafúrdio de tudo, na minha […]
18/06/2009 at 00:06
Leandro. Boa reflexão a tua. O que me preocupa é justamente o aumento da precarização. Sabemos que no interior, não há o menor respeito aos direitos dos jornalistas. O que me surpreendeu foram os argumentos dos ministros. Comparar a atividade com culinária foi ridículo. O problema é que o formados, com diploma, não andam fazendo bom jornalismo, baixam a cabeça para o seu mestre da mesma forma.
18/06/2009 at 00:31
Enfim, um jornalista que pensa como eu, simples leitora; já não lia jornal nem revista, até pensei em voltar a assinar o Valor, mas já desisti. Essa história de que jornalista não precisa de conhecimento específico algum, feito, assim, astrólogo, é deprimente; se eu fosse ainda (já fui) jornalista ficaria insultada. E esse negócio de que “técnicas” se aprendem em cursinho de 3 meses, é ridículo: entrevistar é uma técnica? Como perguntar é uma técnica, aprendem-se macetes? Ou perguntar tem a ver com o conhecimento do assunto, do entrevistado, até da alma humana para não se deixar envolver? E as perguntas que induzem respostas, etc. etc.?
18/06/2009 at 18:12
Oi, Vera, uns 3 meses atrás encontrei com minha amiga Maria Amélia e ela contente me disse: “consegui tirar meu registro da OAB, cara”.
Caramba vc conseguiu? Ela disse: “Alex, advogado precisa gostar de ler. Eu adoro. Se vc lê, vc consegue decorar as leis. É tudo decoreba. Se vc é bom leitor e sabe escrever, sabe montar um processo, sabe falar etc”…
Putz me lembrei disso hoje: Então, advogado tb não precisa de diploma. Certo? Ou estou errado?
18/06/2009 at 01:01
Leandro, abstraindo os motivos e argumentos de nosso ilustríssimo STF neste caso, atendo-me à questão objetiva, discordo. Parece-me evidente a péssima qualidade dos textos e ‘reportagens’ da imensa maioria de nossos periódicos, – no mais das vezes, redigidas por cidadãos semi-alfabetizados. Mas que raio garante o diploma? Garante que seu detentor pôde pagar mensalidades por alguns anos, nada mais. Lembro-me, por exemplo, de ter conhecido um rapaz que terminava a faculdade de jornalismo e tornou-se um arremedo de colunista do JB, quando da ‘reformulação’ do Tanure. Trabalhava de graça. “Pela experiência”. Francamente, não acho que muda muito não. Claro que seria maravilhoso recuperar aquela “realidade brasileira, mais rica, em vários sentidos, de substância política e social”, mas não tem jeito, o progresso nos atropela. Curso superior significa nada.
18/06/2009 at 01:20
Então a ideia agora é a seguinte: curso superior não significa nada, então acabemos com os cursos superiores, e vamos todos improvisar. A Universidade não é um lugar só para aprender uma ocupação a ser exercida num mercado de trabalho; Universidade é para aprender a pensar, a ter uma visão geral dos temas e questões de uma certa área de conhecimento humano, a saber onde ler, onde descobrir ideias e refutar ideias, abrir a cabeça e enxergar o mundo, coisa que até o segundo grau não dá, porque o rapaz ou a moça estavam sendo adestrados apenas. A Universidade real não é assim? Claro que não. O problema é lutar para que seja. Jornalista que se forma em tres meses em cursinho técnico é mico amestrado, não sabe nada do mundo, da política, da economia, da sociedade, do Brasil, do mundo. E vai deitar falação em papel impresso ou na tevê como se tivesse algo a declarar.
18/06/2009 at 02:47
discordo do posicionamento, mas é sem dúvida o melhor texto de defesa do diploma que li por aí. Traz argumentos em que eu não havia pensado, muito bom.
18/06/2009 at 06:34
Leandro,
respeito sua opinião, mas ressalto que o problema foi resolvido na marreta (e a última marretada foi do detestável GM) porque os jornalistas não se animaram a resolver da forma como deveria ter sido. Não vi, me avise se eu estiver errada, nenhum movimento de jornalistas pela melhoria das faculdades, por mais liberdade nas redações, pelo fim dos programas de treinamento, etc.
Quem tem poder (os jornalistas de grandes jornais e revistas) simplesmente defendiam o diploma, só!
O diploma em si não traz nenhuma qualidade ao profissional, como se pode ver nas redações de grandes, médios e pequenos veículos de comunicação. As faculdades são rasteiras, cheias de gente que quer se formar para conseguir ou uma boquinha no jornal local (os sem ambição) ou uma carreira na tv, quem sabe apresentador do jornal nacional (os de ambição desmedida).
Dizer hoje que os estudantes de jornalismo integram a esquerda acadêmica é tão distante da realidade quanto dizer que eles integram a direita acadêmica…eles simplesmente não estão preocupados com questões acadêmicas.
Ou seja, o jornalista em si acabou. Temos que inventar um novo jeito de produzir informação e de dar liberdade à livre circulação de ideias e fatos.
18/06/2009 at 10:03
Com assim (aiaiai)?
Jornalistas da Grande Imprensa defenderam o diploma?
Você assistiu o Jornal da Globo ontem? Vc acha que o Willian “UAC” defendia o diploma?
Os tops da Globo defendiam o Diploma…os tops da Folha, do EstaDÃO.. Existem centenas de jornalistas tops no país. Formaram um lobby fortíssimo, silencioso contra o diploma. Eles decidem.
Leandro tem razão: o mar está calmo para a pescaria.
18/06/2009 at 13:34
Bom, já que vc citou um jornalistão que gostou da decisão para dizer que todos gostaram, cito dois que não gostaram: sergio leo (valor) e o nosso Leandro, não é mesmo?
Então, me diga: o que eles fizeram para barrar o fim da exigência do diploma? Como eles atuaram para melhorar as faculdades?
Quando foi que eles se revoltaram contra os programas de treinamento das empresas nas quais eles trabalham?
18/06/2009 at 17:54
aiaiai…
bagres e assalariados como eu. Leandro veio da Bahia… Eu de Minas. Já trabalhei em veículo grande, de expressão. 11 anos de Tv Cultura. Mas sempre fui bagre. No máximo um editor assistente pq não me alinhava…não almoçava junto. Sabe como é?
Quando digo top é gente que contrata e demite. Que senta com o diretorzão. Que decide a machete, morou?
abs
18/06/2009 at 17:57
Leandro…Sergio Léo: desculpem o bagre. rs!
18/06/2009 at 18:01
aiaiai… sabe o que é pior? agora meu diploma não vale porra nenhuma. E não sei fritar um bife! Não sei o ponto de cozimento do arroz e do feijão. Putz, vou ter que fazer um curso de arte culinária..heheh
Será que o Gilmar Mendes teria uma referência?
abs
19/06/2009 at 07:26
Ale,
pois é…o diploma nunca fez você se sentir mais do que um bagre…então não servia para nada mesmo.
Se a defesa do diploma é que ele dava poder ao jornalista para enfrentar os patrões da grande e da pequena imprensa, você acabou de enterrar essa defesa. Segundo seu raciocínio, só tem poder no jornalismo quem puxa o saco do patrão.
Ressalto que eu não concordo com você: acho que o sleo e o leandro são muito mais do que bagres, mas não porque fizeram faculdade de comunicação e sim porque entendem a profissão como algo mais do que “fazer o que o patrão manda”.
19/06/2009 at 15:20
Chiii… discussão muito profunda, sem pinceladas de humor.
A vida já tá difícil demais meu caro, (ou minha cara) aiaiai. Levando tudo ao pé da letra, então, fica + difícil ainda!
bom final de semana
18/06/2009 at 09:05
Olha Leandro, esse é um dos assuntos atuais sobre os quais eu ainda não consigo dar uma opinião definitiva. Os argumentos pró e contra a obrigatoriedade são bem razoáveis e fazem sentido, mas hoje eu tendo a ser contra a decisão tomada pelo STJ ontem.
A raiz do problema para mim encontra-se nas direções dos jornais, não necessariamente em seus profissionais. Eu acho que a mudança necessária no jornalismo passa pelo diploma, mas o assunto diploma não é prioridade mais que o assunto concentração da informação.
Outro problema que alfige o jornalismo hoje em dia é o partidarismo. Você fala, até de forma surpreendentemente desavergonhada, que o fim do diploma mina o poder de influência da esquerda na universidade, enquanto eu acho que a gente tem é que tirar o direitismo das redações dos grandes jornais.
O fim do diploma desvaloriza toda uma geração de jornalistas que está se preparando para isso,e em tempos de blogs e jornalismo cidadão, essa atitude é até temerária. Qualquer blogueiro meia sola que não se preocupe com a qualidade ou vercidade do que produz vai se considerar jornalista.
A única coisa boa disso tudo é que talvez os cursos de jornalismo tenham que se reinventar. Alguns amigos meus aprenderam mais em redação que na faculdade, e o meio acadêmico tem que estar pronto para oferecer mais que o básico, mais que ensinar a escrever.
A universidade tem que ensinar a criar formadores de opinião, cientes de suas responsabilidades e poder de influência, e que usem isto com responsabilidade. Tem que formar jornalistas pensantes, que se diferenciam dos robôs peões de dono de jornal e dos blogueiros que jornalismo é somente escrever notícia.
18/06/2009 at 09:59
É uma pena. Somos jornalistas cozinheiros.
Agora um professor de língua portuguesa pode virar jornalista.
18/06/2009 at 10:12
[…] sobre o fim do diploma, o primeiro de Pedro Dória (favorável) e logo depois o de Leandro Fortes (contra a queda do diploma). Boa leitura! AKPC_IDS += "1904,";Popularity: 1% [?]Leia tambémJune 6, 2009 — Supremo julga […]
18/06/2009 at 10:20
Na verdade, pra ser jornalista, basta ter dom. É como plantar ou cortar cabelo, tem que ter “mão boa”. No caso do jornalista, “olho clínico”.
Seria cômico, não? Se não fosse trágico! Argumentos estapafúrdios, sem embasamento nenhum… tinha que ser o Gilmar Mendes, o relator. Esse “bolha” da justiça nacional, junto dos barões da mídia, conseguiram uma vitória sobre a nossa categoria.
Mas a pergunta que não quer calar: E agora, o que fazer? Teremos força para reverter tal situação caótica? Seremos organizados o suficiente para derrubar tal medida?
Teremos…
18/06/2009 at 12:25
Leandro
Você sabia que a profissão de Arquivista é regulamentada? Sim, para o sujeito trabalhar num arquivo tem que ter formação específica. Um exagero? Certamente.
Argumenta-se com a proteção à vida e ao patrimônio para justificar a regulamentação de certas profissões e a fiscalização do seu exercício. E bem ou mal, as corporações exercem tal fiscalização. Existem, para isto, os Conselhos de Medicida, de Odontologia, de Engenharia, a OAB e outros. Esta última, inclusive, não entende suficiente o diploma universitário para permitir o exercício da advocacia, aferindo, através de um exame, o preparo dos bacharéis que querem advogar.
Ou seja, tais profissões possuem códigos de ética específicos, e os conselhos podem até excluir profissionais que os desrespeitam.
E o jornalismo? Qualquer fiscalização que se queira fazer quanto ao seu exercício ético esbarrará sempre na tão sagrada “liberdade de imprensa”. Ouvir o outro lado, por exemplo, não seria um dever ético de todo jornalista? Em tese, é. Mas quando desrespeitado, qual a consequência? Nenhuma. O que predomina na nossa imprensa é a irresponsabilidade no trato da informação. Eu pergunto: a honra das pessoas não seria um bem a ser preservado, assim como a vida e o patrimônio? Eu penso que sim. Portanto, deveria haver um código de conduta que garanta a responsabilidade no trato da informação. Mas isto sempre será rejeitado em nome da “liberdade de imprensa”.
Portanto, a desregulamentação é preço a ser pago.
Abraço
18/06/2009 at 13:02
É triste ver que o Brasil, país com tão pouco investimento e incentivo a educação, tome essa medida. Lembrando também que isso não afeta somente os jornalista, com ou sem diploma, mas toda a sociedade que já tem um déficit em informação de qualidade.
18/06/2009 at 13:04
Pelo nível de jornalistas que as faculdades uniesquinas lançam no mercado ano após ano, acho que a não obrigatoriedade do diploma tem o seu lado positivo: Bons profissionais serão contratados, independente de canudo.
Universitário e merda são sinôninimos no nossos país, infelizmente.
18/06/2009 at 13:17
Um País se faz pela educação!
Acredito que, depois dessa decisão eles deveriam fechar todas as faculdades, não precisamos de diplomas, não é?
Lamento e me solidarizo aos que perderam quatro ou cinco anos de suas vidas estudando e jogando seu dinheiro fora e aos professores que fatalmente perderão seus empregos.
18/06/2009 at 13:28
Até a profissão da mãe de um certo ministro é regulamentada. Mais um golpe no jornalismo.
A ANJ e a ABERT festejam. O que é deles está guardado.
18/06/2009 at 13:47
Leandro, o Nassif colocou algumas novas questões que também merecem uma reflexão para enriquecer este debate:
(…)”Há um enorme mercado que se abre com o fim da obrigatoriedade do diploma – beneficiando especialmente os com-diploma. Daqui para frente, cada vez mais as empresas e associações serão produtoras de informação, acabando com essa intermediação espúria da mídia. Hoje em dia há assessorias com mais jornalistas que as redações. Preparam releases, enviam para o jornal, o editor passa para um repórter dar uma guaribada e publicar como se fosse matéria própria.
Esse jogo vai acabar. Cada vez mais empresas e associações precisarão de jornalistas profissionais para produzirem notícias que serão veiculadas sem intermediação na Internet.
Veja bem, no modelo convencional as redações prescindem de jornalistas formados. Elas têm seu próprio método de trabalho, no qual os jornalistas acabam se enquadrando. No novo modelo, as empresas necessitarão de jornalistas com formação – ou quem tenha passado por redações ou quem tenha se formado em faculdades que ensinem efetivamente o novo, como estruturar as informações das empresas, como identificar aquelas de interesse do público, como utilizar as novas mídias e etc.”
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/06/18/o-diploma-e-as-faculdades-de-jornalismo/#more-31146
18/06/2009 at 13:58
Vamos lá, seguir a lógica do sórdido STF.
Para ser jornalista, basta ter dom.
Então, eu digo que para ser advogado, basta ter dom. Minha irmã estuda direito e sabe mais sobre o assunto do que muitos advogados. Qualquer pessoa pode ser autoditada em Direito. É possível. Mas é exigido diploma. Acabem com essa exigência.
Meu pai foi dentista prática, daqueles que aprenderam o ofício com o pai, que aprendeu com o pai. Era tão bom que havia fila de espera. Os dentistas recém-formados, com clínicas às moscas, denunciaram e ele teve de parar de fazer o trabalho que fazia desde os 15 anos. Meu pai aprendeu odontologia na prática. É possível. Basta ter dom. Acabem com a exigência de diploma.
Conheço um senhor que faz todas as atividades de contabilidade de sua empresa, que tem empregados e tudo. Mas não é formado e paga um contador pra”assinar”. Ele não tem diploma e aprendeu na prática, estudando sozinho. É possível. Acabem com o diploma de contador, com a exigência de que toda empresa deva ter um contador formado!
Seria assim, se se seguisse a lógica do STF para o jornalismo.
Dezenas de profissões que exigem o diploma podem ser aprendidas sem faculdade. Porque só o jornalista foi diminuído e desvalorizado em um piscar de olhos?
Toda profissão é um dom. Se esse é o argumento do STF, acabem a exigência do diploma de todas elas.
18/06/2009 at 14:04
Leandro,
Seu comentário é dos melhores que já vi. Pq é que vc não está na Fenaj, camarada? Aproveito para dizer que admiro enormemente seu trabalho na Carta. Nossa profissão precisa do empenho militante de profissionais como vc. Podemos até não ter o diploma reconhecido, mas precisaremos, invariavelmente, de profissionais como vc, pois, queiram eles ou não, o jornalismo segue sendo uma profissão.
18/06/2009 at 14:25
[…] eu sou a favor do fim da exigência do diploma para jornalismo, apesar do Leandro Fortes ter levantado alguns argumentos interessantes do lado do “contra”, em particular no tocante a mídia do interior. O problema aqui […]
18/06/2009 at 15:28
[…] Texto do Leandro Fortes sobre a queda do diploma. Muito melhor do que este aqui. « Ponto […]
18/06/2009 at 15:28
[…] Fortes, um dos melhores repórteres em atividade no país, e professor de jornalismo. Em seu novo blog aqui no WordPress, Fortes lembra que os maiores prejudicados pelo fim do diploma serão os meios de […]
18/06/2009 at 15:31
Caro Leandro, admiro muitíssimo o seu trabalho, que reputo entre os poucos de alto nível neste deserto intelectual do jornalismo nativo. Contudo, embora respeite sua opinião, diga-se a mesma da maioria absoluta dos meus colegas e amigos de profissão, discordo dela. Cursei Comunicação Social há mais de 20 anos, em tese um tempo de boas escolas. Mas já na época sentia que aquele conteúdo, sua estrutura e seus propósitos não davam conta de formar seres efetivamente pensantes. Saí de lá convencida de que minhas demandas deveriam ser supridas às próprias custas. E não estou me referindo à formação prática; falo de bases teóricas, de aquisição de conhecimento no sentido stricto. E somente no mestrado vi quão deficiente, rasa, foi a minha gradução.
Há tempos, também, o diploma não é garantia contra a precarização do trabalho do jornalista. Pra ser bem sincera, acho que nunca o foi. Ainda garota, recém-formada, cansei de ver profissionais diplomados sem qualquer preparo intelectual ou político (do ponto de vista da organização da força do trabalho) para lidar com o jornalismo e com os patrões. Via de regra, eram vassalos mal-remunerados, capazes de pisar no pescoço da mãe pra se manterem nos empregos. E olha que estou falando do mercado paulista.
A despeito da difícil convivência, em alguns lugares (veículos) constrangedora, nunca deixei de atuar na área. O que me mostrou claramente que as coisas só pioraram, com a proliferação das fabriquetas de diploma e das precárias condições de trabalho nas redações. Concordo que jornalismo não é vocação; tanto quanto qualquer outra profissão, exige preparo intelectual. Mas, em minha modestíssima opinião, esse preparo passa por outras escolas que não a atual, um arremedo de graduação.
Ademais, com o diploma tudo o que temos nessa nossa profissão, hoje, é um bando de monstrinhos (sua definição é perfeita e definitiva!) armados, analfabetos funcionais.
Um grande abraço.
18/06/2009 at 15:48
Leandro, pelo seu raciocínio não se deveria poder exercer a música se não se cursasse uma faculdade de música.
As grandes gravadoras, analogamente, angariam mão-de-obra-que-faz-o-que-o-chefe-mandar entre os não-especializados em música e colaboram para a bestialização de nossa cultura. Tchã, Lacraia, Bruno e Marrone não teriam lugar na sociedade também. Tem que ser necessário o diploma em música para os músicos de churrascaria?
Proibir-se-ia os atores não diplomados em artes cênicas de exercerem a profissão também?
Veja pelo lado bom.
A partir de hoje, qualquer um que exerça o jornalismo, mesmo sem diploma, deverá poder se associar nas entidades de classe fechadas apenas aos diplomados, contribuindo para a pluralidade da classe.
Os tais jornalistas que foram forjados nos redutos da esquerda estão fazendo alguma coisa para defender o pessoal da USP da invasão da PM sob a justificativa de “cumprimento de decisão judicial”? Onde eles estão? Só o que vejo é a demonização do pessoal que resolveu rebelar-se contra a falta de diálogo do governo do Estado.
18/06/2009 at 17:22
caro Leandro, parabéns, o seu artigo é o mais lúcido que li hoje. Também sou do Interior do Nordeste e sei bem o que é essa realidade dos jornais do Interior. Aliás, lá na terra desse “ministro” indicado pelo FHC para o Supremo é assim e ficará bem pior sem o diploma: jagunços, picaretas e semi-analfabetos se arrogando o direito de serem jornalistas. E gente séria cada vez mais fora da profissão. No meu caso, e no de muita gente boa, ter diploma significou ascenção social. Isso esse ignorante jurídico não entende. Um abraço,
18/06/2009 at 17:27
puxa, que pena, leandro… você é um cara que admiro, te leio sempre aqui e na carta, e fala uma coisa dessa, chora pelo diploma perdido… e aí o seu raciocícinio se transforma em comentários como esse “quer dizer então, que a partir de amanhã, qualquer um pode ser jornalista. onde vamos parar…” qualquer um pode sim. esse é um dos ensinamentos da internet inclusive. todos podem ser emissores de informação. agora, tem gente boa e ruim em todo lugar. e quem não tem competência não se estabelece.
a grande mídia está carcomida como está com um monte de gente de diploma. o que isso nos ajudou? no que isso melhorou?
trabalho como jornalista a 9 anos, sou formado em ciencias sociais, e te garanto que sou melhor profissional que 95% dos formados, dos doutores (90% vai).
pense melhor que a não obrigatoriedade não tem nada ver com uma (necessária) regulamentação.
tem muita coisa boa pela frente, e essa foi mais uma da leva.
19/06/2009 at 15:12
Para afirmar que trabalha HÁ “nove anos como jornalista e é melhor que 95% dos formados, dos doutores” seria necessário fazer uma bela pesquisa, concorda?
18/06/2009 at 18:05
Não sei o que isso tem a ver com blogues. Blogues são individuais, questão de decisão individual. Mas jornalismo não é só o que se faz na Internet, nem todos os blogs são de notícias ou comentários de notícias. Blogueiro exerce uma atividade sem contrato, sem regulamentação e sem responsabilidades maiores. Blogueiro sobrevive quando tem credibilidade. Se não tem, o público não acessa e pronto. A imprensa escrita vende, cobra do leitor, pretende ter uma responsabilidade com o que publica (embora nem sempre tenha), o jornalismo televisivo explora uma concessão pública e o espectador paga para assistir – seja na conta de luz, seja na Net e outras empresas de tevê paga. Não entendo o que essa decisão do STF tem a ver com blogueiros.
18/06/2009 at 18:43
Pressão agora tem de ser sobre o Congresso.
http://olicruz.wordpress.com/2009/06/18/o-diploma-e-o-congresso-nacional/
18/06/2009 at 20:03
Leandro,
em entrevista ao “Jornal da Globo”, Mendes explica que a decisão vai ser uma revolução e cita que, a partir de agora, jornalista não precisará obter mais registro no Ministério da Educação. A confusão (o que precisava, na verdade, era registro no Ministério do Trabalho) talvez mensure o quanto o presidente do Supremo estudou o assunto antes de condenar o diploma à lata do lixo.
19/06/2009 at 19:38
Pode me mandar o link dessa notícia?
18/06/2009 at 20:04
Caro Leandro, tenho acompanhado atentamente o seu trabalho na Carta Capital, revista que aprendi a ler e gostar desde o ano de 1997.Saiba que o admiro e respeito muito.
Não posso concordar, no entanto, com a preconceituosíssima visão que foi manifesta, não só em seu artigo como em vários comentários aqui postados, sobre o exercício do jornalismo no interior. Sou carioca mas moro em Ubá, MG, e aqui exerço o ofício há exatos vinte anos. Milito no rádio, já fiz tevê e colaboro com alguns jornais locais. O controle de qualidade, aqui, é exercido pelos nossos consumidores de notícias; se nos dão audiência, se lêem o que a gente escreve, é sinal que estamos agradando. E só se agrada o consumidor de notícias com informação de qualidade.
Aliás, são jornalistas diplomados que editam e destacam a fala de imbecis como Gilmar Mendes. Se você tiver acesso ao pensamento de outros ministros do Supremo, talvez repense a sua opinião sobre a obrigatoriedade do diploma.
Quanto aos meios acadêmicos de esquerda, me desculpe, estes continuam influentes sim, mas nas faculdades de História e Ciências Sociais, não nas de Comunicação Social, com raríssimas e honrosas exceções.
“Sem precisar buscar jornalistas formados, os donos dos meios de comunicação terão uma farta pescaria em mar aberto”. Um tremendo equívoco. As médias e grandes redes de comunicação e mídia continuarão preenchendo suas vagas de jornalistas com profissionais diplomados. Quem, provavelmete, terá de rever seus critérios de contratação de profissionais de jornalismo é o Poder Público.
No mais, saudações e um grande abraço. Converse um pouco com o Maurício Tuffani, ele pode abrir um pouco a sua cabeça em relação à obrigatoriedade do diploma para o exercício da nossa profissão.
18/06/2009 at 20:27
Realmente lamentável…
18/06/2009 at 21:07
[…] do meu amigo Leandro Fortes, para quem o diploma de jornalismo defende “milhões de brasileiros informados por esquemas […]
18/06/2009 at 21:31
Caro Leandro,
Mudando de saco prá mala: neste novo blog, quando você vai incluir o serviço RSS?
Grato,
Marcondes
19/06/2009 at 19:39
Já ativei. abs
18/06/2009 at 22:12
Oi passando para desejar felicidades e dizer que adorei o blog, peço para dar uma olhadinha no meu: http://gilbertogil.wordpress.com/ ´´Descrevo,como vejo´´ é um blog de humor criado no intuito de fazer humor ao mesmo tempo informar, lá você pode se divertir e fazer donwloads de livros como crepúsculo, o segredo e muito mais..acompanhar o concurso beldades do orkut 2009 e votar. Espero que gostem e comentem, dessa forma iremos crescer juntos….valeu…!
18/06/2009 at 22:22
[…] Péssima notícia O fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo é uma derrota para a sociedade brasileira, não […] […]
18/06/2009 at 22:26
Discordo de sua opinião, Leandro. Você tem que ver o seguinte: nos jornaizinhos e demais veículos do interior do Brasil (eu mesmo estou numa capital, mas cidade pequena), se o patrão quiser contratar um sabujo, ele VAI CONTRATAR um, sem ou COM diploma de jornalismo, ora bolas.
Você bem sabe que a exigência de diploma até hoje não freou o sabujismo geral e irrestrito. Como eu, você sabe que chegando em qualquer cidade do país, a primeira coisa que vai encontrar são sabujos diplomados.
18/06/2009 at 22:53
A charge fala por si só.
19/06/2009 at 00:04
Tenho lido bastante sobre o tema. Serei sincero: ainda não me convenci de que essa é uma decisão tão horrível. Digo isso, porque na prática a reserva de mercado nao mais existia. Os novos meios transformaram todos em jornalistas, ngm mais queria o diploma.
Agora me pergunto, qual é o nível de nossas faculdades de jornalismo. Eu cursei no CEUB, aprendi várias técnicas de escrita, fala e apuração. Mas não aprendi sobre Ciências Humanas, sobre uma forma crítica de ver o mundo. Poucas matérias e quase todas introdutórias. Penso que é o momento dos cursos fazerem uma grande reforma, pois, convenhamos, todos os veículos (falos dos honestos, não os da ditabranda) vão contratar os melhores profissionais, que, provavelmente, sairão desses novos cursos.
Mas, antes que me bombarei (me chamando de burgês, liberal e parte do PIG), aviso que ainda não tenho posição definida, estou tentando me informar. Porém, clamo pela discussão!
19/06/2009 at 02:39
TÔ POUCO ME FUDENDO PARA VOCÊS JORNALISTAS, ESTUDARAM E GASTARAM UMA NOTA NA FACULDADE E AGORA QUALQUE MANÉ PODE SER JORNALISTA HAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHAHAHAH
19/06/2009 at 09:55
Meu caro, viverás sem a veracidade das informações? Confiará em todos que noticiarem algo? Com a obrigatoriedade já coloca-se à prova o caráter de um jornalista. Agora a não obrigatoriedade jogará uma massa de jornalistas sem formação técnica adequada para informar e mantê-los informado, em nome de uma sociedade hipócrita a realidade!!!
19/06/2009 at 02:45
Isto vai chacoalhar com o bico empinado de muito idiota por aí que se acha porque tem um canudo, que na maioria das vezes não serve para nada. O que é que as faculdades estão formando hoje ? uma tropa de alienados que não se preocupam com a situação de total gangsterismo que se apoderou do pais e que ha mais de 500 anos vem se revezando no poder. Contanto que a cerveja do final de semana e o pagode não faltem, o resto esta tudo bem. A maioria dos futuros formandos nesta joça chamada Brasil, quando abre a boca mal sabe balbuciar. Somos uma caricatura de país e pronto. Agora peguem seus canudos e enfiem … bom , deixa pra lá. Vocês estão colhendo o frutode sua passividade, ignorância e de sua alienação.
E se querem me xingar estou aqui http://www.delaorden9.com
19/06/2009 at 09:01
Concordo com o Leandro. Desprezar desse jeito todo um curso universitário, TODA UMA CIÊNCIA, é burrice!
19/06/2009 at 09:51
Não acho nem um pouco lamentável O que devemos lamentar é a profusão de faculdades que não formam ninguém e ainda atrai gente sem nenhuma formação política, pela facilidade em se conseguir um diploma, para atuar na área. Os jornais já estão, seja nas capitais ou interios, infestados de jagunços, cabos eleitorais e familiares etc…Foi-se o tempo em que uma escola de jornalismo era célula de discussões políticas e atitudes progressistas.
19/06/2009 at 09:57
Por que não obrigam as universidades elevarem a qualidade de ensino na área de comunicação?! Muito conveniente manter um país leigo, sem formação universitária!
19/06/2009 at 10:08
Caso veja algum problema na cópia e publicação de vosso texto, comunicar-me. Agradeço as palavras.
19/06/2009 at 12:02
Na minha opnião não acho tão ruim esta nova lei já que as universidades estão cada vez piores e os alunos que saem delas são cada vez mais maquininhas movidas a dinheiro, espero que isso sirva para nos trazer mais competitividade no mercado fazendo assim que os profissionais tenham mais empenho que o que não estamos vendo ultimamente.
19/06/2009 at 12:39
Olá fessor, tudo bem? Ajude a divulgar a lista de cidades e datas para manifestação pelo diploma de jornalista. Tem mais informações na comuna do orkut: “Diploma de jornalista: sim!!!” ou mesmo lá no meu blog.
Abraços!
19/06/2009 at 19:43
Pode deixar! bjs
19/06/2009 at 13:51
essa é a hora que os idiotas calam. Obrigado, Leandro Fortes.
19/06/2009 at 15:54
o diretor e fundador da revista na qual vc trabalha ñ tem diploma…
19/06/2009 at 19:44
Bom pra ele. abs
19/06/2009 at 18:19
Como se fazer faculdade de jornalismo tornasse a pessoa honesta. Não se ensina ética ou moral na faculdade.
Agora, “comparou jornalistas a cozinheiros e costureiros”? Ser cozinheiro ou costureiro é uma profisssão menos digna? Agora entendo porque a defesa do diploma, elitismo puro. E como ficam os publicitários que nunca tiveram a profissão regulamentada e ocupam metade do espaço nos jornais? Cadê a discussão?
19/06/2009 at 19:46
Foi isso que eu quis dizer quando escrevi que a fala de Gilmar Mendes era um deboche calculado. Não há como se refutar a comparação sem se insinuar sobre um certo preconceito com os cozinheiros. Como minha mulher é cozinheira, estou livre da acusação. abs
19/06/2009 at 19:41
Sobre o post, ele parece defender o que todos (em suas respectivas áreas) defendem. Ou seja, elitizar a sua área (com papéis que sabemos que pouco significado tem). É muito fácil encontrar pessoas com mais qualificação sem diploma… Mas o texto defende a mesma coisa que os historiadores, geógrafos ou qualquer outra área defenderia. Se duas pessoas, uma tem diploma de historiador e outro não, o segundo não tem direito de escrever nada sobre história (porque não tem o papel chamado de diploma) e o segundo pode escrever qualquer besteira em periódicos (principalmente se tiver outros papéis como doutorado e mestrado (que podem ser conseguidos por dinheiro atualmente)).
O que o texto mostra é insegurança por parte dos jornalistas formados. Note que isso acontece em todas as formações de humanas. Pois raramente o curso realmente diferencia um estudioso do que realmente fez o curso. O diploma dos cursos de humanas parece ser como um convite para uma panelinha juvenil. Se vc tem o diploma, vc faz parte da panelinha “intelectual” e tem as idéias ouvidas.
Então se alguém quer falar sobre filosofia, ou coisas do tipo. Ele, antes, tem que batalhar para conseguir entrar na panelinha (senão as idéias deles não valem nada). Quando entram na panelinha, qualquer besteira que fale será considerada pela panelinha (pois o que vale não é a argumentação, mas sim os papéis de diploma).
Bom, no caso do jornalismo, percebi pelo texto uma insegurança tremenda por parte dos jornalistas formados (assim como nós historiadores). Se houve essa insegurança, é justamente porque vcs não sabem se o que fazem numa faculdade realmente faz alguma diferença (ou é só uma jornada para conseguir o convite da panelinha).
Se soubessem que faz diferença, estariam tranqüilos quanto ao “decreto”, pois saberiam que raras seriam as pessoas sem o diploma que obteriam “qualificação” para serem inseridas no mercado de trabalho e, por isso, o que estavam fazendo na faculdade era importante…
Mas isso parece que não vêm ao caso. O post do jornalista (provavelmente), indica que realmente se trata de uma situação análoga ao de sociólogos ou historiadores (na verdade, pior ainda).
Sinto que, para dar um tom pejorativo à decisão, o escritor colocou “decidiram que jornalismo não é mais profissão”.
Ora, pois bem! Então quer dizer que tudo que não precisa de uma burocracia universitária, não é profissão? Pois então administrador não é profissão? Lixeiro não é profissão? Motorista não é profissão?
Note que algumas exigências de diplomas para exercerem certa profissão fazem sentido. Como medicina, mas isso veio para proteger quem fosse precisar de cuidados médicos (para que esse não fosse tratado por um que não tivesse algum comprovante de que era capaz de exercer a medicina). Isso é muito diferente do caso do jornalismo. Por acaso precisamos de proteção contra idéias de quem não tem um diploma de jornalista em veículos de comunicação?
Para que a utilidade do diploma? Pra proteger quem?
Acho que qualquer idéia a esse favor está bem próximo de um pensamento nada democrático…
Alguns contra-exemplos. Note que um contra-exemplo é a matemática. Existe o curso, existem os mestrados e doutorados. No entanto, ninguém é proibido de publicar algo ou exercer a profissão.
Quano o assunto é ensino, fica diferente. Pois teoricamente há a proteção dos estudantes contra professores que não tivessem a capacidade comprovada de lecionar.
Mas se provar algum teorema famoso, independentemente se vc for de 10 anos ou pós-doc, vc poderá publicar num periódico.
A matemática, de fato, não é bom no contra-exemplo. Pois ela tbm está sendo contaminada por esse ar de insegurança (como os cursos de humanas).
Mas existem outros exemplos, como administração e computação. Leia um pouco sobre a cultura hacker (não existe diploma que prove nada. Existe capacidade cada um).
Bom, não tenho paciência para escrever sobre isso. eu ía colocar um pequeno comentário aqui e acabei me prolongando, por isso acabei colocando de forma confusa. Mas, de qualquer forma, ficam as perguntas:
Para quê exigir o diploma de jornalista para exercer a profissão?
Para proteger a populção contra idéias? (não-democrático isso, não?)
Ou simplesmente para satisfazer o ego dos jornalistas formados? fazendo-os pensar que só eles são capazes de fazer o que eles fazem?
Ou simplesmente para vcs não se olharem com “vergonha” nos corredores por vossa insegurança?
Vcs acham que quando Abel (com 19 anos) provou com facilidade uma das maiores questões da álgebra (da época) e foi aceito para ser um pesquisador da academia de matemática, os matemáticos com diploma se olhavam com vergonha nos corredores?
Vcs acham que aconteceria isso?
Essa insegurança normalmente ocorre porque os inseguros têm mais papel (diploma) acumulado do que conhecimento (ou até mesmo qualificação) para o que faz.
Um cara de programação (computação) ou um matemático não ficaria assim, pois ele sabe que ele pode estar lá possivelmente por causa dos papéis, mas principalmente pelo conhecimento e qualificação que vieram atrás desse papel.
Um jornalista não formado não oferece risco a ninguém. E é só isso que deve ser levado em conta. Eu sei que existem muitas situações análogas, mas defendo que nessas situações deveria ter o mesmo tipo de medida.
Fora isso, no caso de jornalismo existe uma questão profunda da democracia e liberdade de expressão.
Note que com a exigência de diploma, o governo (seja lá qual for) poderia usar isso como ferramenta “anti-liberdade de expressão”, ferramenta de controle das idéias. Por exemplo, tirando do ar algum jornalista que não agrada o governo alegando falta de diploma.
Bom, conselho: para acabar com essa insegurança, procure praticar na universidade algo que realmente diferencie sensivelmente um formado de um não-formado. Procure fazer com que a conquista do diploma venha com um sensível acúmulo de conhecimento e qualificação.
De tal forma, que,ao completar o curso, o aluno não fique orgulhoso do diploma, mas principalmente orgulhoso dos conhecimentos e qualificações acumulados…
E fique tranqüilo que sempre o diploma será de alguma forma uma referência para o empregador. Isso acontecerá mesmo com a qualidade dos cursos universitários que vem caindo (e se tornando cada vez mais afranciscados e cada vez menos útil). Eu não gosto desse último fato que explicitei, mas é verdade…
Até mais!
19/06/2009 at 20:08
Essa questão do diploma é realmente mesquinha e corporativista.
Alguém questiona a produção intelectual de Evaldo Cabral de Mello? Ou a qualidade do trabalho de um José Trajano? Ou o conhecimento de Geografia que tem um Milton Santos?
O primeiro é historiador sem ser formado em História, o segundo, jornalista dos mais capazes, não tem curso superior de jornalismo, o terceiro, advogado, foi um dos nossos mais brilhantes geógrafos. Enfim, diploma não é tudo…
19/06/2009 at 20:03
Acho lamentável que considerem justa a cobrança de diploma para o exercício do jornalismo. Longe de exercer um controle de qualidade, o diploma restringe a democracia na formação das redações.
Trabalhei em meios de comunicação e me assustava a ausência — excetuando pelos mais experientes — de jornalistas oriundos de classes mais humildes. Isso reflete na qualidade e no alcance da diretriz dos veículos, na forma de se contruir o fato jornalístico.
Aplaudo de pé o fim de um corporativismo burro, que, realmente, estava longe de ter alguma razão para existir.
19/06/2009 at 23:20
Não acredito que essa decisão mudará a realidade que já existe. Nos lugares, como os que você citou, onde há manipulação da informação, onde o jornalismo não é confiavel e feito com respeito isso continuará assim. Não creio que um diploma capacite alguém a qualquer profissão, assim como não creio que nenhuma lei tem a capacidade de alterar drásticamente uma realidade já posta.
Sou estudante de história, e o que vejo é que as leis só legitimam uma prática existente. Quero deixar claro que não sou a favor do jornalismo medíocre, e manipulador, e nem sou conformada. Mas infelizmente, no Brasil como qualquer outro lugar, quem tem informação tem poder. E como num ciclo vicioso, os meios de informação continuariam sempre nas mãos de poucos que a estes tem acesso.
19/06/2009 at 23:40
[…] Leandro Fortes se pergunta “como é que essa resolução vai repercutir nas redações dos pequenos jornais do interior do Brasil, estes já contaminados até a medula pelos poderes políticos locais. Arrisco um palpite: serão infestados por jagunços, capangas, cabos eleitorais e familiares.” […]
20/06/2009 at 12:22
Melô do Diploma de Jornalista
Você não vale nada,
Mas eu gosto de você!
Você não vale nada,
Mas eu gosto de você!
Tudo que eu queria
era saber Por quê?!?
Tudo que eu queria
era saber Por quê?!?
20/06/2009 at 13:00
É a força do PIG, aliado aos interesses de pessoas desonestas e sem condições morais de serem magistrado, caso do juiz-empresário Gilmar Mendes, que acabaram com o diploma.
Provavelmente o piso salarial dos jornalistas, se existia, vai se tornar o salário mínimo, já que não há mais a imposição de se ter um curso universitário para a formação deste profissional.
20/06/2009 at 13:52
Leandro
A maioria dos atuais jornalistas já são os “monstrinhos competitivos” que corrompem a Democracia.
O foco deve ser a regulação da Comunicação Social, a qual as empresas devem ser subordinadas.
A empresa de comunicação presta um serviço público essencial ao Estado Democrático de Direito. Portanto, tem que entregar ao cidadão um produto (informação) sob determinada especificação que aponte para a liberdade, isenção e responsabilidade. E isto exigirá bons jornalistas.
Não é fácil, mas é o caminho correto. Assim eu penso.
21/06/2009 at 10:00
A educação no Brasil tem sérios problemas? Sim.
As Faculdades de Comunicação no Brasil são precárias. Sim.
Mas não são justificativas para acabar com a obrigatoriedade do diploma.
O maior problema está no que os “patrões” vão fazer. Colocar pessoas para escreverem só o que eles querem. Salários cada vez menores… Se agora com jornalistas graduados isso já acontece, imagina no futuro?
Conheço jornalistas que foram “obrigados” a operar mesa de áudio e virar locutores (sem reajuste salarial nem registro de radialista) só para não perderem o emprego.
O futuro do jornalismo é sombrio.
E o da população, cada vez mais “sem informação” pior ainda…
Afinal, para ELES, quanto mais ignorante o povo, melhor não é mesmo??
Muito triste…
22/06/2009 at 10:23
[…] de Andrade, Sérgio Leo, Rodrigo Manzano, Rafael Galvão, Mauricio Stycer, muito Marcelo Träsel, Leandro Fortes, Laerte Braga, Jorge Rocha, Ivana Bentes, Hélio Paz, Flora Ribeiro, Elias Machado, Cesar Valente, […]
22/06/2009 at 13:18
[…] Mendes – os estudantes, revoltados com os comentários de Gilmar Mendes sobre o tema – comparando o ofício de jornalistas ao de cozinheiros e costureiros -, entoaram palavras de ordem pedindo a saída do magistrado do órgão [logo publicarei o vídeo […]
22/06/2009 at 13:50
Mas você mesmo, blogueiro, não considera blogs meios de jornalismo? E qualquer um pode abrir um blog sobre o que quiser. O mesmo com diversas mídias digitais, o diploma já caiu a muito tempo no mundo virtual, atraso era não ter caído nas redações. Essa idéia de achar que agora só contrataram trainees é infantil, pense nos cursos de publicidade e audiovisual que continuam a crescendo e se qualificando. Meus próprios professores de jornalismo não sabem mais o limite entre o produtor e o jornalista, então nada mais justo que por todo mundo no mesmo patamar.
22/06/2009 at 21:46
Leandro!
Primeiro, acho válida a discussão, só acho que tardia, pois toda essa mobilização deveria ter ocorrido antes do julgamento. Segundo: a profissão não foi extinta, os sindicatos e entidades de classe não foram fechados. A profissão, pode, com o episódio, tornar-se mais forte e digna, pois a complexidade da mídia moderna exige um profissional que tenha, pelo menos noções destas técnicas, e isso valoriza-rá, certamente, o profissional diplomado e os cursos preparados para este novo jornalismo!
Abraços
23/06/2009 at 14:39
Oi, Leandro.
O mesmo argumento da ADIN do diploma de jornalismo se aplica ao famoso Exame da OAB. É inconstitucional porque não foi estabelecido por lei.
“Art. 5º, XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;”
Queria ver como o STF iria julgar uma ADIN sobre o assunto…
De qualquer forma, se estava inconstitucional acho que tinha que ser derrubado mesmo. Agora, dizer que não há necessidade de formação em jornalismo é outra história… Podíamos passar sem o comentário do ilustre presidente do STF.
Espero que a polêmica da decisão desperte um debate maduro sobre a nossa profissão.
bjs
23/06/2009 at 14:58
Bom saber, Leandro. Eu ja era seu fã por seus artigos bem fundamentados e profundos. E agora, gostei de saber de seu interesse pela culinaria tb. Por favor, onde posso adquirir este livro? Sou fã de comida africana e seria otimo saber mais sobre isto.
Abraçao
24/06/2009 at 12:06
Ricardo, o livro só é vendido nas livrarias do Senac. Mas pode ser adquirido pela internet. O site é:
http://editora.senacdf.com.br/
Forte abraço.
23/06/2009 at 23:07
Leandro,
É o seguinte, vou ser curto e grosso nessa noite de São João aqui na nossa Bahia: Gilmar Mendes não sabe o que é deontologia; Gilmar Mendes é um grande de um FDP!
24/06/2009 at 21:47
[…] como Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif aplaudiram a iniciativa, ao passo que outros, como Leandro Fortes, a […]
25/06/2009 at 13:53
Como assim a exigência do diploma é o “único mecanismo de controle de qualidade”? E os leitores?
Eu sou responsável pelos meus atos e não aceito a imposição de terceiros nas minhas escolhas sobre quem ler ou ouvir. É meu direito. Ainda bem que essa obrigatoriedade – essa reserva de mercado – acabou. Se uma faculdade forma profissionais melhores, ela vai continuar a ser procurada por aqueles que desejam ser bons. As pessoas vão continuar a procurar por bons produtos. Os empresários vão continuar a procurar gente competente, agora num espaço maior.
25/06/2009 at 14:24
Leandro,
Perfeita sua avaliação a respeito do diploma. Tb conheço bem a realidade da imprensa no interior do país e tenho até medo de pensar no temível resultado dessa medida. Um retrocesso, sem dúvida alguma. Aproveito pra te dar parabéns pelo blog. Conheci seu texto por uma amiga em comum, jornalista, e a partir de hoje vou acompanhar sempre suas postagens.
Abraço,
Patrícia
26/06/2009 at 21:29
Leandro meus parabéns por este prêmio e agradecer por seus post sempre muito inteligente no qual me acostumei a estar sempre procurando para encontrar boas informações e de um estilo leve e agradável de se ler, gostaria que você fosse receber este prêmio nos representando que é de pessoas assim, que o Brasil precisa ser reconhecido la fora como também o nosso presidente.
Abraços e continue sempre assim.
11/07/2009 at 14:00
[…] como Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif aplaudiram a iniciativa, ao passo que outros, como Leandro Fortes, a […]
16/06/2010 at 10:18
Concordo com quase tudo que você disse. Discordo do argumento de que o diploma é o único remédio, mesmo com resultados restritos, para os problemas citados. Nos jornalecos do interior, com ou sem diploma, só se escreve o que os caciques permitem, e em boa parte dos grandes jornais, só passa o que o patrão quer.
Quanto aos cursos de jornalismo, espero que continuem a existir, mas se desaparecerem(duvido) será por não serem necessários.
Leio poucos jornais e revistas, principalmente os de maior circulação. Tenho certeza que se continuarem manipulando o que é publicado e dando a mínima para o profissionalismo, logo perderão toda a importância que ainda tem.
Tenho certeza também que o diploma continuará a ser valorizado, não como uma reserva de mercado, mas como um indício de que se está diante de um profissional de qualidade.
Tenho certeza também(a maior de todas as certezas) que as boas empresas, ou os bons patrões(empresários), durante uma seleção, sempre escolherão o profissional diplomado quando este aparentar ter uma qualificação semelhante ou até levemente inferior a de seus concorrentes.
Quanto aos patrões ruins ou empresas ruins, ter ou não diploma não melhora quase nada. Anos e anos de diploma obrigatório provaram isto.
29/08/2011 at 19:17
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29/06/2017 at 16:33
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13/04/2018 at 17:39
[…] além dos já oferecidos no corpo do post. Esse texto de Ivana Bentes celebra a decisão do STF. Esse outro, de Leandro Fortes, a lamenta. Leonardo Sakamoto acha positiva a decisão do STF mas critica a […]